Entre idas e vindas, ela segue a lutar,  
Mãe, irmã, filha, em sua jornada a trabalhar.  
Com roupa simples, jeans e blusa a vestir,  
Uma mulher guerreira, fazendo o seu porvir.  

Mas hoje foi diferente, um dia sombrio,  
Um momento errado, um destino vazio.  
No vagão lotado, como peças de um jogo,  
Cada um em sua viagem, mas o respeito é logo.  

Atrás dela, um homem com olhares maldosos,  
Encosta-se lento, como se fossem apenas rostos.  
A princípio inocente, mas logo se revela,  
Um predador à espreita em meio à novela.  

Ela olha ao redor, busca ajuda em vão,  
Mas todos imersos em suas telas na mão.  
Decide então agir, tentar escapar do horror,  
Sai correndo da cena como se fugisse de dor.  

Peço atenção e empatia ao caminhar,  
Pois há quem sofra em silêncio sem poder falar.  
Larguem os celulares e abram os olhos pra ver:  
Pode haver alguém clamando por socorro a sofrer.