"Um dia, decidi me afastar e viver a minha vida, fui para bem longe, longe de tudo e de todos ao meu redor. Acreditei que essa mudança me traria algo melhor, mas confesso que não consegui viver como esperava. Fui incapaz de evitar a dor, e no final, não adiantou nada. Passei por momentos tão difíceis que ficarão gravados em minha memória. Acabei retornando a uma vida infeliz e triste, agora cercada apenas por aqueles que ainda restaram.

Minha vida se tornou um eterno sobe e desce, como em um parque de diversões. Olhamos para aquela montanha-russa deslumbrante e enorme, achando que será a melhor sensação da nossa vida. O frio na barriga, o medo e a adrenalina são inesquecíveis. Mas à medida que subimos, percebemos quão alto estamos; olhamos para os lados e não vemos mais nada nem ninguém. Antes da descida, há uma pausa dramática, e quando finalmente caímos com toda a velocidade, mal conseguimos processar o que deixamos para trás até chegarmos lá embaixo.

O coração acelera, um arrepio percorre a pele, o medo constante de que tudo pode acabar a qualquer momento nos invade. E então percebemos que chegamos à parte baixa, apenas para começar a subir novamente em alta velocidade. Parece que nossa alma ainda não voltou ao lugar. E mais uma vez me pergunto: por que subir se vou descer tão rápido? Por que insisto nessa vida? Por que ainda estou aqui?

Esses pensamentos invadem minha mente e me fazem sentir vontade de desistir até do lugar onde estou. Vivo nesse ciclo vicioso sem fim, questionando meu propósito e minha força para continuar."